B.K.S. Iyengar
Trecho do Yoga Rahasya. Tradução livre de Maurício Frighetto
Os oito membros do yoga
Os oito membros do Yoga são como uma gigantesca mangueira que vai da semente à raiz, da raiz ao tronco, do tronco aos galhos, galhos brotando em folhas, folhas arejando toda a árvore com o fornecimento de energia na forma de seiva através da casca – então as flores desabrocham culminando com frutas saborosas. Os oito membros do Yoga são yama (raiz); nyama (tronco); asana (galhos); pranayama (folhas); pratyahara (casca); dharana (seiva); dhyana (flor); e samadhi (fruta).
A essência da árvore está concentrada no fruto, o seu ponto culminante. Da mesma forma, o yoga leva seu praticante das trevas à luz, da ignorância ao conhecimento, do conhecimento à sabedoria e a sabedoria termina em verdadeira felicidade e paz pura.
Árvore do yoga
O primeiro membro do yoga, yama, refere-se às virtudes sociais que devem ser observadas na vida social pelo praticante. O segundo, nyama, é a disciplina individual para melhorar a si mesmo e a vida. Saúde é um estado de equilíbrio perfeito de corpo, mente e espírito, livre de doenças e, ao mesmo tempo, protegendo, sustentando e apoiando as células vivas para uma vida positiva e construtiva.
A vida é uma combinação de consciência, inteligência, mente e sensos de percepção e ação. A mente é como um espelho que recebe as aspirações dos sentidos, atua por meio dos sentidos e age por meio do prazer e da realização. Tem um papel duplo em ambas as extremidades. Recebe e age pelas impressões do eu para os sentidos ou dos sentidos para o eu. A mente torna o corpo e o eu a morada do sofrimento se agir sem poder discriminativo.
Asanas são destinados à manutenção da saúde e à estabilidade da mente. A prática dos asanas purga as impurezas do corpo, trazendo beleza, força, firmeza, calma e clareza, revelando uma disposição feliz sem criar qualquer tipo de dualidade entre corpo, mente e eu.
“Prana” significa energia – a respiração de todos os seres. É o princípio da vida e da consciência no homem. “Ayama’ significa expansão, extensão, prolongamento e distribuição da energia vital que é atraída pelo ar atmosférico bruto. Diz-se que a mente está onde está a respiração e, portanto, as práticas corretas de pranayama regulam os hábitos, desejos, ações e atua como uma ponte na unificação do corpo, da mente e do eu.
Pratyahara deixa os sentidos e a mente sob controle e interrompe as funções duais da mente, desviando-a dos sentidos (bhoga) para o ser (yoga).
Dharana, dhyana e samadhi são denominados samyama, o que significa integração. É a integração do corpo, dos sentidos, da mente, do intelecto, da vontade com a consciência. Esses sete estados no homem são integrados de modo que ele permanece habilidoso, vive em suas próprias manifestações como puro e absoluto, sem se abrigar nos sete veículos acima (Sutra II.27).
Confira os outros trechos:
Yoga – um tranquilizante natural (Parte 1)