Por B.K.S. Iyengar
Trecho do Yoga Rahasya volume C. Tradução livre de Maurício Frighetto
O professor deve ser tão suave como uma pétala e tão duro como um diamante, dependendo da exigência das circunstâncias. Somente a suavidade não transforma alguém em um professor de yoga, assim como a dureza não o faz. Compaixão e vigilância devem andar de mãos dadas. O professor pode parecer suave externamente, mas deve agir como um dinamite para corrigir o que estiver errado. O professor que deixa passar o erro não é um professor. Se os erros forem negligenciados, os atos errados absorvem a energia e perde-se muito tempo para desaprendê-los.
É preciso desenvolver as qualidades necessárias para se tornar um professor. Nem todos os estudantes se tornam professores. Alguns podem até instruir, mas sem o real sentido de ensinar. Ensinar demanda qualidades como religiosidade, cordialidade, compaixão, determinação, disciplina e, às vezes, indiferença. Todas essas qualidades precisam ser construídas para aprender e cultivar a arte de ensinar.
Os seres humanos se empolgam com as emoções. Portanto, o professor deve ter em mente a natureza emocional dos alunos enquanto explica intelectualmente. O professor que falha em observar a confusão em seus estudantes, que é incapaz de construir confiança e desenvolver o senso de seriedade em seus alunos não é um professor.
O professor precisa nutrir a mente dos alunos, mais cedo ou mais tarde, para espiar todo o corpo, dentro e fora, na prática do yoga. Como o corpo está adormecido, primeiro aprenda a usar as palavras que despertam a inteligência do corpo enquanto ensina os asanas. Isso é possível somente quando você fala com o seu coração, para que você ensine do coração para o coração e não da cabeça para a cabeça. Essa é a verdadeira qualidade oculta do ensino.