Em uma aula, o professor Pedro Pessoa fez uma reflexão sobre o mistério da vida e o que é preciso para compreendê-lo
A vida é um grande mistério. Nós damos o nome para este grande mistério de vida. E uma vez que damos um nome, acreditamos que já o conhecemos. O nome é uma capa, é uma cobertura para este grande mistério. Quando olhamos e damos o nome de uma árvore, de uma pedra, nós estamos dando um nome para este grande mistério.
E nós nos contentamos com esta parte mais superficial deste mistério. Então o nome é como se fosse apenas uma ponta deste iceberg. Mas para conhecer este iceberg nós temos que nos tornar grandes mergulhadores.
Primeiro, nós temos que ter consciência de que existe um grande mistério por trás de cada nome, de cada forma. Tudo é um grande mistério. A vida é um grande mistério. E para conhecer este mistério nós temos que nos aprofundar em nós mesmos.
Quando nós perdemos este sentimento de que a vida é um mistério, ela deixa de fluir, ela fica estagnada. Os yogues têm a curiosidade de ir em busca do segredo da vida. Quando deitamos em savasana, relaxamos completamente todo o corpo e fechamos os olhos nós nos abrimos para desvendar este mistério. Savasana, a postura do morto, nos permite mergulhar no seio da vida. E apenas quando mergulhamos profundamente na vida, quando mergulhamos nas águas profundas, esses mistérios começam a fazer parte do nosso ser. Nós somos este mistério.
Ninguém pode resumir você em um nome, em uma forma. Porque aquilo que posso ver de você, de escutar de você, de sentir de você, de saborear de você é apenas a ponta do iceberg. Cada um de nós é um mistério extraordinariamente profundo. E para conhecer este mistério é preciso fechar os olhos e recolher os ouvidos. É preciso silenciar.