Ana Denise Ulrich
Curitiba (PR)
Refletir e compartilhar um pouco do que percebo como obstáculo nessa jornada aterrou meus sentimentos e sensações. Então, enfim, consegui olhar de frente para o que estou vivendo e para tudo o que estava buscando fora sob um outro ângulo.
A identificação com a dor no corpo físico, por vezes, me impede de seguir, porque tenciono no momento da prática. E confesso que algumas tomadas de consciência, nesses momentos, me assustam e preciso de tempo para não cair na conversa dos meus pensamentos que querem opinar, julgar e me colocar na condição de vítima a todo instante. Passam alguns dias de prática, parece que passa.
Contudo, surgem outros obstáculos nesse sentido, o que considero natural à medida que sigo praticando. Relaxar, suavizar, soltar, desapegar, deixar têm sido palavras recorrentes na minha prática e em relação à vida, principalmente nesse período de recolhimento que o distanciamento social me proporcionou.
Muitas percepções equivocadas e ilusões que por algum tempo serviram como verdade começam a desmoronar. Então surge a dúvida, o medo e a insegurança em relação ao futuro. Ao mesmo tempo que o passado se faz presente no que se refere a buscas que realizei e alcancei até aqui na vida. Não cabe, aqui, dissociar vida profissional e pessoal, pois está tudo interligado.
O caminho do Yoga tem me revelado outras facetas da vida e estou encontrando coragem para acolher, olhar, aceitar, permitir e me responsabilizar. Unir tudo isso tem sido desafiador e uma transição e tanto. Por isso, persistir na jornada do Yoga por acreditar que tudo vem se tornou uma escolha que, nesse período, também se fortaleceu. E fico contente em perceber que não estou sozinha e encontrar pessoas que vêm me ajudando nessas escolhas.