Costumamos ouvir, em basicamente todas as tradições orientais, que tudo está em transformação, que a vida é impermanente. Isso fica bem claro nesse momento em que enfrentamos uma pandemia. Desde janeiro, como uma medida de prevenção, cidades ao redor do mundo começaram a entrar em quarentena. Mesmo preocupados, seguíamos a vida normalmente, com nossos afazeres diários, fazendo planejamentos e lidando com os desafios cotidianos. Eis que, há cerca de uma semana, também fomos obrigados a nos recolher.
Situações imprevisíveis como essa costumam gerar sentimentos de insegurança, medo e ansiedade. Muitas vezes as frustrações tomam conta de nós e não sabemos como evitá-las. A prática do yoga torna-se, assim, um caminho precioso para superarmos os sentimentos negativos e enfrentarmos as adversidades com leveza e otimismo.
O objetivo do yoga, em um nível mais profundo, é nos levar a um estado de liberdade, de união, de descoberta do nosso verdadeiro Eu. Isso leva tempo. Mas nesse caminho, com nossas práticas diárias, podemos usufruir de muitos outros benefícios, que são preciosos e transformadores.
O Sutra II.16 dos Yoga Sūtras de Patañjali afirma: “O sofrimento que ainda não veio deve ser evitado (heyam duhkhamanāgatam).” Esse ensinamento é muito valioso agora, quando a prevenção e o recolhimento são tão importantes. Podemos evitar ou ao menos minimizar o sofrimento que está por vir. E faremos isso não apenas pelo nosso próprio bem, mas de toda a coletividade.
O yoga pode ser entendido como uma arte, ciência e filosofia que promove a saúde e o equilíbrio da mente, do corpo e do coração. A prática de āsanas, prānāyāma e meditação nos mantêm saudáveis, fortalece nossa imunidade e nos proporciona tranquilidade para lidar com os desafios presentes e futuros. Por isso é tão importante a prevenção: ficarmos em casa, nos alimentarmos bem, descansarmos e seguirmos praticando!
Foto: Luiz Frota